Mulher-testosterona

Seria incapaz de fazer sexo com uma mulher mais forte do que eu. Me sentiria numa situação desconfortável e a brochada é certa... Mesmo sendo meio fracote, gosto de perceber a minha força, por mais que não a utilize de fato. O envolvimento com uma mulher dessas me sugere subliminarmente uma inversão de papéis, que não casa com qualquer das minhas fantasias mais esdrúxulas...

A vida exige sempre mais da gente, não é mesmo? Delas, mais ainda. Não basta ter pernas trabalhadas, barriga saudável e peitos médios e bonitos... Tudo isso já reclama da sujeita muito tempo, muita energia e até sofrimento (tem gente que chora levantando uma maromba). O padrão de medidas cresceu tanto, que se tornou biologicamente impossível para a fêmea. Ao invés de criar consciência e recuar, encontraram uma brilhante saída, socorrendo-se do hormônio dos homens - testosterona na veia! -, aproximando-as muito mais do He-Man do que da She-Ra...

Os riscos para a saúde não me parece o melhor argumento para conter esta esquizofrenia narcisista coletiva. O valor maior é o estético, e o diálogo deve ocorrer também neste terreno. "Acho feio" convence muito mais do que "irritação", "agressividade", "colesterol", "trombose", "câncer", "morte"... Uma loucura!

Não quero me travestir de Arnaldo Jabor, mas prefiro a mulher-estrógeno, com toda a docilidade que em mim carece, com a aparente fragilidade que me conquista... Na minha conversa mais íntima, a fala grossa sou eu!

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