Tatinga...

Me dou muito bem com minha sobrinha. Construímos uma amizade sincera desde os seus primeiros meses de vida. Acompanhei tudo, só não a dei de mamar... Ela sempre me recebe com euforia em sua casa e geralmente brincamos um pouco - de qualquer coisa, em qualquer lugar. Mal fala, mas já sabe habilidosamente o que quer (e especialmente o que não quer).

Numa dessas estávamos no sofá, meio confusos, sem criatividade, procurando o que fazer, até que eu executei a primeira ideia que me veio a cabeça: assoprar. Soprei os olhos dela (de leve), causando aquela inquietação natural, mas fazendo-a rir... Ela revidou. E ficamos assim, lá e lô.

Com o tempo, ela foi se irritando e pedindo pra parar, divertindo-me ainda mais. Claro que continuei, sendo que agora com mais entusiasmo. Ela foi meio que se desesperando, me empurrando, virando o meu rosto, dando tapas, jogando como pôde... A coisa começou a ficar sem graça, até que eu parei (um pouco constrangido).

A mãe e a tia cuidadosas, porém intrometidas, perguntaram o que havia ocorrido, quando ela ingenuamente esclareceu, para não deixar dúvidas:

   - Tatinga...

E abanou as narinas com sua mãozinha direita, reforçando com uma bela e convincente careta.

Um comentário:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Criança tem cada uma que só vendo. Mas, acima de tudo revelam coisas que nos deixa sem jeito. Bom texto. Leve e a um só tempo nos faz rir e meditar em quantas vezes passamos por coisas semelhante.
    Lourdes

    ResponderExcluir