Quem quer dinheiro?!

  – Eu, Sílvio!

Muitos dizem que o ramo do direito é ótimo para ganhar dinheiro. E é verdade. Os altos salários dos Tribunais não me deixam mentir: superam os quatro mil reais para cargos de nível médio. Nada mal, não é mesmo?

Procurei o direito principalmente por isso. Pela estabilidade do cargo público e pelo dinheiro. Não diferente da maioria. Afinal de contas, queremos construir uma família e proporcionar-lhe boas condições de vida. E isto não é nada barato.

No entanto toda atividade tem sua relevante função social. Mais do que a estrita aplicação da lei, o direito existe para que justiça seja feita. Antes de ser um meio de vida, é um meio para alcançarmos a justiça, que é o seu fim. Quando o direito faz justiça, cumpre o seu papel; quando não o faz, fracassa.

A administração da justiça é difícil: Poder Judiciário, Ministério Público, OAB... Todos envolvidos em um complexo sistema que visa a defesa do direito e o combate à ilegalidade. O que dizer de um juiz que vende a sua sentença? Ou de um promotor que negocia sua acusação? Ou de um advogado que dá dinheiro a um funcionário a fim de privilegiar uma das partes? Eles atiram pedras contra uma importante estrutura social de administração da justiça, que não pode ruir e deve funcionar bem.

Me lembrei que estes profissionais passaram cinco anos em uma universidade estudando direito. Não questiono seus notáveis conhecimentos jurídicos, mas preciso dizer: de justiça aprenderam pouco; de ética aprenderam muito pouco; de cidadania não aprenderam nada... E isso também se ensina.

A responsabilidade por nossos atos é de nós mesmos. Entretanto uma formação em nível superior que não visa o aprimoramento da cidadania é falha e muito falha. No curso de direito muito se fala de lei, pouco se fala de justiça...

O direito é meio de vida, sim, mas não pode deixar de ser meio de justiça.

Dinheiro eu quero, mas “topa tudo por dinheiro”, vamos com calma, amigo.

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