Governar é decidir, é tomar partido. É, inevitavelmente, contrariar interesses. É, inevitavelmente, fazer inimigos.
Se o governo aumenta o salário mínimo, os empregadores reclamam, e com argumentos bastante coerentes, realmente convincentes. Por outro lado, se o governo não o faz, os trabalhadores dão o seu berro, com justos motivos, igualmente coerentes e convincentes... Você encontra técnicos, estudiosos e intelectuais renomados posicionando-se de um lado e de outro, sustentando racionalmente os seus pontos de vista. Nada é consensual e tudo é arriscado. Não faltam previsões desastrosas.
Seguindo os ensinamentos da minha sogra (confira), governar é viver com "A Espada de Dâmocles" apontando diuturnamente para a sua cabeça, doidinha pra cair... e de vez em quando cai! Não faltam exemplos: John Kennedy (mataram), João Paulo II (quase morre), Getúlio Vargas (se matou) e o nosso Burity (escapou fedendo), sem falar dos ditadores mundo à fora (mas estes pediram pra morrer, é diferente).
Tenho concluído ultimamente que não nasci para governar, porque não tenho disposição para inimizades. De brigas e arranca-rabos, tô fora! Mas de diálogos e debates, discussões respeitosas e sinceras (esta última, muito difícil na política), é comigo mesmo! Gosto é da conversa. Costumo dizer que se bate-papo, jogar conversa fora ou conversar miolo-de-pote desse dinheiro, seria minha profissão e teria sucesso...
Quem tem dificuldade em lidar com críticas, não presta para liderar. O bom governante precisa ser aberto ao diálogo, porém muito convicto de suas posições, para viver (especialmente dormir) com a consciência relativamente leve (na medida do possível), na certeza que está mesmo fazendo o que é certo.
Viu? Governar é bom demais!
Vai encarar?
Vai encarar?
Léo,
ResponderExcluirGovernar é realmente algo muito difícil. O ser humano, em particular, apresenta comportamento diferenciado mesmo em situações idênticas. Imagine você isso levado para o coletivo (Deus me perdoe pelo uso dessa palavra), a situação torna-se ainda mais delicada.O grande problema que vejo no nosso universo político é a falta de compromisso com o deveres inerentes aos cargos. Para ser mais direta a falta de ética. Parece que os ocupantes dos cargos eletivos, executivos ou não,esquecem a transitoriedade da posição, os discursos de campanha, os amigos que vararam as noites buscando estratégias e que o Poder vem acompanhado do Dever. Lamento dizer a um jovem cheio de ideais que, a esta altura da vida, busco, uma figura política atual para me orgulhar. Tarefa complicada, semelhante à proposição para salvação de Sodoma e Gamorra: UM HOMEM JUSTO, UM POLÍTICO QUE SUSCITE ORGULHO, SATISFAÇÃO. DIFÍCIL.....Lourdinha.