Tentávamos resolver uma questão de trigonometria, que havia sido cobrada no último concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal, quando ele chegou. Por brincadeira, copiamos o enunciado e pedimos que trouxesse resolvido na segunda-feira, já que era esperto. Ele disse que estava estudando mesmo trigonometria atualmente... Nesse tempo, descobrimos uma fórmula estrambólica e difícil de decorar que resolvia diretamente o problema, sem arrodeios. Contudo, estava lançado o desafio.
No dia marcado, ele nos entrega um papel, meio amassado, meio rabiscado. Eram os cálculos e a resposta estava... certa. Ficamos tentando entender como ele chegou àquele resultado sem utilizar a fórmula estrambólica. A cena era esta: eu e um colega debruçados sobre a mesa, confusos, e ele varrendo o nosso chão. No mínimo estranho...
Por um instante, achei que deveríamos limpar o chão dele. Por um instante, senti-me digno de um salário mínimo. Vislumbrei alguma injustiça nisso tudo. Em fim, depois de algumas tentativas frustradas, acompanhamos o seu raciocínio, um pouco desconcertados.
Por um instante, achei que deveríamos limpar o chão dele. Por um instante, senti-me digno de um salário mínimo. Vislumbrei alguma injustiça nisso tudo. Em fim, depois de algumas tentativas frustradas, acompanhamos o seu raciocínio, um pouco desconcertados.
Nas semanas seguintes, revisando o assunto, meu colega retomou a questão e os cálculos (havia guardado o pedaço de papel). Pediu-me ajuda novamente e gastamos outros bons minutos lembrando de onde vinham aquelas contas. Desistimos e decidimos esperá-lo para nos socorrer novamente. Insistimos um pouco mais e conseguimos. Era só o que nos faltava...
É, quem disse que a vida é justa né??? Assim como Ivanildo, quantos talentos e potencialidades não estão passando por nós despercebidos, sem que tenham oportunidade de fazer a diferença neste mundo? A inteligência do ser humano vai muito além de convenções... Parabéns por dividir conosco reflexões tão legais. Bjs.
ResponderExcluirObrigado, meu amor.
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