Conversando com um amigo ontem, despertou-me um sentimento antigo, o qual vou compartilhar com vocês.
É sobre essa tese religiosa-cristã, de acordo com a qual a fé, o comprometimento religioso e a vida santa proporcionarão benefícios da parte de Deus, traduzido na forma de trabalho, dinheiro, até mesmo carro e casa. Muitos levantam essa bandeira. É a chamada "teologia da prosperidade", que você certamente já conhece.
Mas, por favor, deixe-me fazer uma reflexão. Pense comigo.
Jesus é o centro e maior referência da fé e da doutrina cristã. Veja a sua vida. Nasceu pobre, viveu pobre e morreu pobre. Nasceu sem dignidade, fugido, no meio de animais, como bicho, "porque não havia outro lugar"... Durante a vida, chorou, sofreu e agonizou; "não tinha onde reclinar a cabeça". E morreu também sem dignidade, torturado numa cruz, seminu, como um malfeitor, trocado por um bandido da pior espécie.
Sua morte foi semelhante ao que meu avô fazia com os cabritos na sua casa: pendurava o bode num pedaço de pau, perfurava a jugular e esperava a morte vir aos poucos, agonizadamente... Terrível! E os seus maiores seguidores também não tiveram vida fácil. Pesquise.
Sugiro outros questionamentos. Jesus obrou muito milagres. Dentre eles, alguma recompensa material? Desconheço. Nunca ouvi falar que Jesus distribuía trabalho, moradia, riquezas ou conforto... Pelo contrário: "quem quiser me seguir, pegue a sua cruz e siga-me". Me parece justamente o oposto de tudo isso. Os valores de Cristo não são materiais, mas espirituais, porque, apesar de ser rei, "o seu reino não é deste mundo".
Acho super positivo buscarmos ascensão social, bons empregos, altos cargos, uma vida confortável, desde que seja por esforço e mérito, e não com trapaças. Corra atrás de dinheiro aí, que eu corro atrás de dinheiro aqui, e agradeçamos a Deus por cada conquista. Mas não faça deste seu projeto de vida um plano divino. O Mestre tem certamente outras preocupações com você...