Era mais uma aula inaugural de mais uma disciplina do curso, na universidade. Eu, surpreso, começo a perceber algo estranho na sala... Um espírito diferente pairava sobre nós... Um novo discurso de um novo professor me atraía, me provocava, me incomodava, me encantava; mas eu não sabia o que era aquilo...
Ao final de uma aula, sempre a expectativa da próxima...
Percebi que esse espírito queria “baixar”, precisava “baixar” e se encarnar em alguém. Passou-se quase um período inteiro para eu perceber que espírito era esse. Em fim, baixou!
Era o espírito do direito, chamado justiça.
Fazia três anos que eu ouvia falar em direito todos os dias na universidade, mas sobre justiça era a primeira vez... Era estranho.
Me lembrei que o fim do direito é a justiça; que direito é só meio, e que a justiça é que é o fim. Então porque durante esse tempo todo só se ouviu falar em direito? Porque não se fala em justiça? Aliás, só se fala em justiça para dizer: “direito é uma coisa e justiça é outra”.
Ora, direito é uma coisa e justiça é outra, mas não estão tão dissociados assim – pelo menos em tese. Se queremos um direito mais justo, porque distanciar tanto os conceitos? Que formação é essa?
Pelos corredores da faculdade, se fala todos os dias em direito, mas em justiça não se ouve. E quem quiser falar em justiça certamente afastará os amigos... será um cara estranho, chato, careta... Vai entender...
Um espírito diferente tem que baixar, um espírito diferente...
Uma homenagem ao professor Zéu Palmeira Sobrinho.
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