Inicialmente fiquei sem resposta, até o dia em que precisei de uma ajudinha do chefe. Precisei da sua compreensão, da sua sensibilidade, da sua humanidade. Estava passando por problemas... Foi quando percebi, diante da sua rigidez quase militar, que eu era para ele um “recurso humano” à sua disposição, assim como os computadores da repartição e as mesas do gabinete são os “recursos materiais”, também à sua disposição.
Vi que o que ele queria de mim era o meu suor, a minha energia, o meu trabalho, e não a minha pessoa. Para ele eu era um operário que produzia junto com as máquinas. Na verdade, para ele eu também era uma máquina... Nesse momento o que eu mais precisava era de uma gestão de pessoas.
Vi que por trás de uma aparente mudança de nome estava uma “quebra de paradigmas”. Uma revolução de mentalidade, da maneira de enxergar o trabalhador enquanto pessoa, que pensa, que sente, que tem uma vida lá fora (mais interessante, diga-se de passagem). Que coloca a sua família em primeiro lugar, e não a empresa. Muda-se o nome, mas não mudam-se os conceitos. Preferia que fosse o contrário...
Em outra ocasião, li na Veja uma reportagem sobre as 10 melhores empresas para se trabalhar, referências no mundo. A Google era a número 1. Fiquei encantado com os seus princípios: flexibilidade com os horários; motivação do trabalhador; quebra da hierarquia rígida; valorização da criatividade; em fim, valorização das pessoas, que são o que há de mais importante nas organizações.
Ser chefe não é fácil, eu sei. É uma “persona non grata” por natureza. Mas quem disse que precisamos de chefe? Somos livres! Precisamos de gestores. Que não nos olhe de cima pra baixo, mas lado a lado.
Recursos Humanos X Gestão de Pessoas. Façam suas apostas!