Veja essa história:
Metodicamente, reservou com antecedência trinta lugares no restaurante, causando euforia na administração. Tudo estava pronto e o dia, finalmente, chegara! Levou sua esposa, uma cunhada e ainda deu carona a uma amiga. Fez questão de chegar cedo, para recepcionar os convidados. Tudo deveria sair perfeito, para causar boa impressão.
Seis e meia da noite aparecem os quatro e se acomodam numa grande mesa de uns dez metros de comprimento, formada pela união de outras quinze mesas normais, unidas lado a lado, como se estivessem de mãos dadas, fazendo uma grande corrente da alegria, colaborando com a festa!
- Agora vamos aguardar...
- O atraso é normal, sempre acontece...
Não é invenção: às nove e meia decidiram pedir o rodízio, convencidos de que ninguém mais chegaria, além deles mesmos...
De meia em meia hora, a esposa dizia: esses teus amigos do Facebook, hein?...
De meia em meia hora, ele dizia: sacanagem, eles confirmaram...
De meia em meia hora: meio minuto de silêncio...
Comeram e comeram muito. Lotaram-se de massa, para compensar o desperdício de mesas, cadeiras e espaço no recinto...
Saciado pelo pão e enebriado pelo vinho, na hora da saída, o insistente rapaz ainda reluta:
- Não vou desistir! Marcarei outro encontro até as pessoas aparecerem. O próximo vai ser numa churrascaria...
Léo,
ResponderExcluirPelo jeito nada mudou. A falta de compromisso não é só com o pessoal do face. Lembro de uma moça que organizou seu chá de cozinha contando com trinta a quarenta convidadas. Quase ninguém apareceu, inclusive, eu que adoeci. Ainda bem que tinha gente comigo que podia justificar a minha ausência. O seu texto é atual, limpo e claro. Não deixa dúvidas. O dia a dia é realmente rico se pararmos para observar como nos relacionamos com o mundo e com os demais. Beleza.